quarta-feira, 10 de agosto de 2011

E talvez eu tenha me tornado um ser mal-assombrado. Um velho rabugento agarrado ao passado. Desse tipo de gente que fica. Que não se vai, não evolui, se agarra tanto que esquece de si. Não sei. Talvez este meu quarto seja mais um canto escuro, onde os fantasmas dos antigos amores insistem ainda em me atormentar. Talvez ir não seja tão ruim assim, talvez o pior seja ficar… Sem poder caminhar. Sei que preciso sair desse quarto, que algo maior lá fora me espera. Mas como? Como livrar-me dos velhos hábitos, como desprender-me destas paredes tão vazias e escuras? E o pior… Como dizer adeus aos fantasmas que perambulam não só fora, mas dentro de mim? Preciso agarrar-me a qualquer vestígio de esperança, enxergar e viver algo maior. Algo além do imaginável, melhor e mais bonito que qualquer paisagem vista de uma mera fresta de luz na janela do meu quarto, tão escuro e mórbido. O dia clareia mas eu não. Falta luz, falta tanto. Falta coisa, falta desapego. Tem que ter desapego pra continuar.

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